http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2010/12/24/64374-instalacao-artistica-testa-reacao-a-consumo-de-alucinogenos-por-renas.html
Instalação artística testa reação a consumo de alucinógenos por renas
Para completar a experiência, uma cama de hotel foi montada no meio da instalação, sobre uma base que lembra a forma de um cogumelo, permitindo a duas pessoas pernoitar no local a cada dia, ao custo de mil euros (cerca de R$ 2.230).
O pernoite dá direito a provar a urina das renas, armazenada em refrigeradores localizados nos dois lados da instalação ? um para as renas que supostamente consumiram os cogumelos e outro para as que não consumiram.
Os visitantes não sabem qual grupo de renas consumiu os cogumelos ? se é que consumiu mesmo -, o que torna a possibilidade de provar a urina para ficar sob o efeito da droga uma espécie de loteria. A pessoa pode acabar simplesmente tomando urina de rena sem efeito nenhum.
Escrituras sagradas ? A instalação Soma, que fica no museu Hamburger Bahnhof, em Berlim, até o início de fevereiro, é fruto da imaginação do artista alemão Carsten Höller, de 49 anos, engenheiro agrícola de formação.
Ele se baseou no Rigveda, a primeira das escrituras sagradas do hinduísmo, escrita por volta de 1.500 antes de Cristo, que traz referências a uma bebida chamada Soma e que supostamente daria a imortalidade a quem a provasse.
A substância, ingerida por humanos e também pelos deuses, traria iluminação e acesso à esfera divina, além de sorte, riqueza e vitórias
Em 1967, o banqueiro e pesquisador amador americano Robert Gordon Wasson publicou um estudo no qual afirmava que a substância à qual o Rigveda trazia referências era o cogumelo alucinógeno Amanita muscaria, consumido pelas renas em seu habitat natural na Sibéria.
Höller partiu desse princípio para testar a relação entre a arte e as drogas e verificar as alterações de percepção promovidas por um e por outro.
O material de promoção da exposição afirma que o artista ?desenvolveu um cenário entre laboratório e visão, suposta objetividade e elevada subjetividade? utilizando todo o hall central da antiga estação de trem.
?Diante dos olhos dos observadores se desdobra uma ?pintura viva?, um campo experimental simétrico, dividido em duas partes por uma linha central e que compara o mundo ordinário com o reino da Soma em uma experiência de imagem dupla?, explica o texto.
?Esta é uma experiência que encontra sua realização na imaginação do observador e cuja avaliação está sujeita ao seu poder de observação?, conclui. (Fonte: Folha.com)