Outubro é um mês generoso: dia 4 é dia de São Francisco e dos Animais, dia
12 é das Crianças (todos seres puros), e dia 15 é dia do Professor e do Educador
Ambiental (fundamentais). Esta sequência de datas fez-me refletir sobre uma
sequência de fatos ocorrida neste outubro.
No final de setembro um papeleiro foi morto em Caxias do Sul, e restaram
abandonados seus dois cães - sua família. No início de outubro, um padre da
cidade, num gesto de extrema sensibilidade e compaixão, acolheu ambos os cães em
sua paróquia, pois percebeu que eles eram muito ligados um ao outro, e decidiu
não impor-lhes mais uma dolorosa separação. Percebeu também que o carrinho do
papeleiro seguia sendo um elo afetivo entre os cães e seu falecido dono, e por
isto adotou também o carrinho.
Foto: jornal
Zero Hora
Já na tarde de 4 de outubro, em nossa capital, um fato oposto ocorria:
enquanto na escadaria da Paróquia de São Francisco preparavam-se as bençãos aos
animais, a dez metros de distância, na entrada do salão paroquial, animais
mortos e assados eram vendidos por 3 reais - os conhecidos "espetinhos".
Ou seja, para cães e gatos, a benção, para vacas e galinhas, a faca, o
espeto e as brasas.
Nós, um grupo de vegetarianos, lá estávamos para lembrar às pessoas que
quem ama os animais não os come, e para pedir-lhes que no Dia dos Animais - o
único dia deles - eles não tivessem seus corpos profanados e vendidos exatamente
no templo dedicado a seu patrono, São Francisco. Apenas pedíamos que se
respeitasse a data, pela mesma razão pela qual não se vai de chinelo a um
casamento, nem se dá gargalhadas em um velório: por uma questão de protocolo,
respeito e, principalmente, bom senso.
Mas o padre/frei responsável por esta atrocidade, não contente, ainda teve
um momento "circo & pão para a multidão" e, do alto da escadaria, ao ver
nosso protesto, começou a insuflar a multidão: "Vocês querem churrasco?!?", ao
que muitos, sem perceber exatamente o que estava acontecendo, até porque não se
deram conta que vacas e frangos não crescem em árvores, ou sejam, também são
animais, gritava "Simmmm" (máxima do "showbiz": multidão aplaude até poste
quando devidamente manipulada),
Calígula ficaria com inveja.
E como se não bastasse, na missa noturna “para os animais”, ocoorrida no
memso dia, a paróquia ainda por cima - acredite se quiser - soltou muitos
rojões, famigerados inimigos da apurada audição de cães e gatos, e responsáveis
por danos, fugas de casa e desaparecimento de muitos deles.
Lembrei-me da Bíblia, dos vendilhões do templo, e
perguntei-me o que faria Jesus Cristo se ali estivesse.
Mas, com certeza, Jesus Cristo ali não estava - nem de corpo, nem
de espírito.
Que neste 15 de outubro, Dia do Professor e do Educador Ambiental,
reflitamos sobre o que está sendo ensinado em nossas escolas, em nossos
seminários, em nossas paróquias e em nossas famílias.
Naor Miguel Nemmen
51 anos, professor, ativista
Um comentário:
MEUS AMIGOS ME MANDEM UM A CONA BANDO DE PREFERNCA CAIXA CONOMICA PAA AJUDAR A CADERIRINHA D E RODAS DA VITORIS,,ELA MESMO SEM AS PERNINAS TRASIRAS,,,,,,,,,,,,,,EH LINDAAAAAAAAAAAA
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