segunda-feira, 2 de maio de 2011

BIANCA NOS ENVIA UMA HISTÓRIA MUITO BONITA

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Sent: Monday, May 02, 2011 11:43 AM
Subject: O SECRETO JARDIM DE ASSIS

"O SECRETO JARDIM DE ASSIS"
Em julho de 1220, na Cidade de Assis, Francisco caminhava sem pressa em seu jardim secreto;
um lugar que dizia encontrar-se com Deus. Permanecia nesse refugio durante horas, meditanto
e orando para que os seus pedidos chegassem ao céu mais rapidamente.
Certo dia, uma menina aparentando sete anos de idade, de pele alva e misteriosos olhos castanhos
aproximou-se de Francisco.
- Bom dia - disse a criança, gentilmente.
- Bom dia - respondeu o rapaz, sentado no chão coberto pela grama úmida.
- Quem é você? - perguntou Francisco.
- Meu nome é Sophia.
- O que faz por aqui menina? - interrogou mais uma vez o rapaz.
- Só eu e o senhor conhecemos esse lugar - comentou a menina, sussurrando.
Francisco sorriu, mas não disse nada.
A criança continuou dando as suas explicações:
- Todos os dias eu me escondo aqui, quando as outras crianças começam a atirar pedras nos passarinhos -
confidenciou.
- O que você carrega com tanto cuidado nessa cesta de piquinique? - perguntou o rapaz, na expectativa de
uma inocente resposta.
A menina abriu a cesta e deixou que um lindo pássaro de penas coloridas batesse as asas e voasse alto...
Assis levantou-se do chão e abraçou a pequena heroína. A criança retribuiu o abraço e os dois continuaram
a caminhar pelo bucólico local.
- O senhor também salva passarinhos e traz todos eles pra cá?
Sem aguardar a resposta do rapaz, continuou Sophia:
- Acho que esse Jardim é a Casa de Deus, porque aqui ninguém maltrata e nem ignora o sofrimento dos meus
amigos passarinhos.
Francisco sorriu discretamente e prosseguiu andando na direção de uma antiga imagem.
- Aquela é uma estátua em homenagem a um homem que viveu na casa que fica ao lado desse jardim. Ele era um
homem bom, mas quase ninguém dessa cidade sabia que ele cuidava dos animais com tanto amor. Seu trabalho era
recolher os feridos e tratá-los no esconderijo que ficava logo atrás daquelas pedras enormes. A cabana onde
dormiam os animais doentes está fechada há mais de dez anos. Ele era um grande amigo - revelou o rapaz, com
lágrimas nos olhos.
A criança olha o rapaz com curiosidade e prossegue:
- Sempre vejo um velhinho baixinho, com um cajado na mão, parado na frente daquela cabana, mas nunca tive
coragem de chegar perto, porque ele sempre desaparece...Pode ser que ele seja um anjo, disfarçado de velhinho
não é? - falou Sophia, soltando o riso.
Francisco sorriu, dessa vez com mais alegria; permitindo que a menina continuasse...
- Os anjos possuem asas, assim como os pássaros. As pessoas tem pelos, assim como os animais; então, todos somos
iguais. As árvores abraçam os pássaros e os seus ninhos e ainda ensinam todos eles a voar; então, todos somos um.
O senhor parece o santo que desceu do altar da minha avó e resolveu vir aqui cuidar dos passarinhos; então, por que
existem tantas pessoas que não gostam dos animais?
Francisco abaixou a cabeça.
- Jamais serei um santo, menina Sophia, mas sei que todo aquele que sabe amar de verdade, sente compaixão pelos
animais, porque todos somos irmãos, todos somos parte de uma mesma natureza que pede ajuda e chora, mas também
sorri quando a tratamos como nossa respeitosa Mãe.
Sophia abraça o rapaz e pede que guarde segredo sobre tudo que contara, como se fossem amigos de longa data...
O pôr-do-sol dava a impressão de que a luz penetrava cada pequeno espaço do refúgio natural, tornando-se parte do
jardim secreto do inesquecível Assis...
Autoria: Bianca Lobo e Luar.