----- Original Message -----
From: Suzana
Sent: Monday, November 23, 2009 11:22 AM
Subject: Re: ABATEDOURO DE CAES: ESCLARECIMENTO DA UIPA
Prezados,
Não pude deixar de ler e de refletir um pouco sobre a mensagem abaixo, que trata da posição da UIPA em relação ao abate de animais. Antes de mais nada, deixo claro que sou vegetariana estricta, voluntária na proteção animal (de qualquer espécie) e, quando posso, estudiosa das questões ético-filosóficas que envolvem a convivência humanos/não-humanos. Então não me interpretem mal, já que a todos os protetores é comum o sangue á flor da pele... minha intensão é contribuir.
Levanto esta questão, portanto, como um debate saudável e não como frente de bate-boca inútil, ok? Obviamente é absurdo a todos nós que ocorra o abate de cães e gatos, bem como o detrimento de qualquer ser vivo em prol de nossa opção alimentar ou "divertimento". Isto, entre nós, é inquestionável: a vida tem o mesmo valor para todos e todos querem e merecem viver.
O que eu questiono é esta posição de a sociedade não deve levantar a voz para defender uma determinada espécie, se não for capaz ainda de defender as demais. Eu penso o contrário: se a pessoa consegue levantar a voz para defender a um cão, está a passos de entender o respeito ás demais espécies. Para mim todo e qualquer passo é válido, dentro do que se conseguiu até hoje.
Sei que é duro, e é difícil para mim também, ver um voluntário se vangloriar na TV de ter ajudado a salvar uma baleia encalhada na praia... e comemorar o salvamento com o churrasco de um boi. É ridículo, obviamente. Como é triste, para mim, ver um protetor retirar um animal da rua e depois no almoço comer o pedaço de outro animal, que sofreu tantou ou mais do que aquele que retirou da calçada.
E daí alguns poderiam me perguntar qual é a diferença entre comer o cão ou o boi. A princípio nenhuma... não temos este direito. Mas penso que ao invés de recriminar sempre aqueles que ainda não atingiram esta consciência para todos os animais... temos que respeitar seu tempo neste caminho, orientar, educar.... O que dizer daqueles que nem com cães se comovem?
A questão da liberdade dos animais, da não-utilização deles, etc... é delicada e exige educação para todos e inclusive para nós, que não os comemos também. Ao invés de ficar enfrentando as pessoas, devemos sensibilizá-las e educá-las, penso eu. Recriminar a alguém por que se sensibilizou pelo cachorro e não pela vaca não vai mudar esta pessoa... provavelmente fará com que deixe de se importar com o cão e siga comendo a vaca. E daí? o que ganhamos?
Mostrar que é errado com o cão e que é errado com a vaca também é um outro caminho... educativo, sensibilizador, com uma tênue diferença de discurso. Os discursos enfrentadores que perguntam "do que adianta fazer isto se não faz aquilo" não tem se mostrado eficiente, dividou protetores (até mesmo os vegetarianos), centrou-se em meia dúzia de pseudo-intelectuais a portas fechadas e não atingiu a massa.
Não devemos desistir de educar, de mudar... mas temos que cuidar para não ficarmos com a imagem de neo-hippyes opressores. Então acho que é hora de mudar, pelos animais. Senão vivemos em intensa brigas de egos e políticas sem sucesso e nada avança.
Então, que bom que alguém se manifesta contra o abatedouro de cães. Que bom que a sociedade se manifesta (na imprensa) contra tal costume que contraria, inclusive, o respeito ás espécies pela qual nutre simpatia. Que bom que temos mais um passo à frente... pois se não dermos nenhum e ficarmos sempre sonhando com o final do caminho... ninguém anda e poucos chegam lá. Ou fazemos tudo... ou não fazemos nada? Quem disse? Onde alguém ou alguma espécie evoluiu assim?
Abraços,
Suzana Macedo
(Florianópolis/SC)
Não pude deixar de ler e de refletir um pouco sobre a mensagem abaixo, que trata da posição da UIPA em relação ao abate de animais. Antes de mais nada, deixo claro que sou vegetariana estricta, voluntária na proteção animal (de qualquer espécie) e, quando posso, estudiosa das questões ético-filosóficas que envolvem a convivência humanos/não-humanos. Então não me interpretem mal, já que a todos os protetores é comum o sangue á flor da pele... minha intensão é contribuir.
Levanto esta questão, portanto, como um debate saudável e não como frente de bate-boca inútil, ok? Obviamente é absurdo a todos nós que ocorra o abate de cães e gatos, bem como o detrimento de qualquer ser vivo em prol de nossa opção alimentar ou "divertimento". Isto, entre nós, é inquestionável: a vida tem o mesmo valor para todos e todos querem e merecem viver.
O que eu questiono é esta posição de a sociedade não deve levantar a voz para defender uma determinada espécie, se não for capaz ainda de defender as demais. Eu penso o contrário: se a pessoa consegue levantar a voz para defender a um cão, está a passos de entender o respeito ás demais espécies. Para mim todo e qualquer passo é válido, dentro do que se conseguiu até hoje.
Sei que é duro, e é difícil para mim também, ver um voluntário se vangloriar na TV de ter ajudado a salvar uma baleia encalhada na praia... e comemorar o salvamento com o churrasco de um boi. É ridículo, obviamente. Como é triste, para mim, ver um protetor retirar um animal da rua e depois no almoço comer o pedaço de outro animal, que sofreu tantou ou mais do que aquele que retirou da calçada.
E daí alguns poderiam me perguntar qual é a diferença entre comer o cão ou o boi. A princípio nenhuma... não temos este direito. Mas penso que ao invés de recriminar sempre aqueles que ainda não atingiram esta consciência para todos os animais... temos que respeitar seu tempo neste caminho, orientar, educar.... O que dizer daqueles que nem com cães se comovem?
A questão da liberdade dos animais, da não-utilização deles, etc... é delicada e exige educação para todos e inclusive para nós, que não os comemos também. Ao invés de ficar enfrentando as pessoas, devemos sensibilizá-las e educá-las, penso eu. Recriminar a alguém por que se sensibilizou pelo cachorro e não pela vaca não vai mudar esta pessoa... provavelmente fará com que deixe de se importar com o cão e siga comendo a vaca. E daí? o que ganhamos?
Mostrar que é errado com o cão e que é errado com a vaca também é um outro caminho... educativo, sensibilizador, com uma tênue diferença de discurso. Os discursos enfrentadores que perguntam "do que adianta fazer isto se não faz aquilo" não tem se mostrado eficiente, dividou protetores (até mesmo os vegetarianos), centrou-se em meia dúzia de pseudo-intelectuais a portas fechadas e não atingiu a massa.
Não devemos desistir de educar, de mudar... mas temos que cuidar para não ficarmos com a imagem de neo-hippyes opressores. Então acho que é hora de mudar, pelos animais. Senão vivemos em intensa brigas de egos e políticas sem sucesso e nada avança.
Então, que bom que alguém se manifesta contra o abatedouro de cães. Que bom que a sociedade se manifesta (na imprensa) contra tal costume que contraria, inclusive, o respeito ás espécies pela qual nutre simpatia. Que bom que temos mais um passo à frente... pois se não dermos nenhum e ficarmos sempre sonhando com o final do caminho... ninguém anda e poucos chegam lá. Ou fazemos tudo... ou não fazemos nada? Quem disse? Onde alguém ou alguma espécie evoluiu assim?
Abraços,
Suzana Macedo
(Florianópolis/SC)
