segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ARTIGO DE RILDO SILVEIRA

A Gripe Humanosuína
Rildo Silveira
rildosilveira@yahoo.com.br

O mundo se espantou com o surgimento da gripe suína. Isso depois da doença da vaca louca e da gripe aviária. Espantou-se mais uma vez porque a sociedade novamente fez vista grossa diante às verdadeiras causas desse tipo de problema.
Espalhafatosamente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se rendeu ao capitalismo selvagem e rebatizou a gripe suína para "Gripe A", ou "H1N1", como preferir, de forma a não desagradar os empresários norte-americanos, que transferiram seus chiqueiros para o México, não atrapalhando seus rendosos negócios.
A mídia faz enorme estardalhaço com a pandemia, mostrando milhões de pessoas usando máscaras, mas em nenhum momento mostrou, e nem mostrará, a verdadeira origem da doença. São as fazendas de criação intensiva, a de porcos em questão, não apenas no México, mas em todo o planeta. Sistemas de produção em massa cujo único objetivo é matar e lucrar o máximo possível, no menor tempo possível. E para tanto, pouco importa que se amontoem milhares de seres vivos em cubículos cada vez menores, levando vidas miseráveis, artificiais e sem sentido, entupidos de antibióticos, esperando pelo momento de serem assassinados industrialmente.
Os médicos, numa mecânica reprodução débil dos comandos da OMS e minguada percepção da realidade, conclamam que o consumo da carne de porco não provoca a doença. Se conseguissem olhar mais à frente, veriam que é exatamente por causa de seu consumo, é que se origina a doença, através de sua produção nos criadouros industriais onde se transforma a morte em mercadoria geradora de lucro. Eis a raiz do problema.
Imprudentemente, apesar de estarmos na era da tecnologia e do conhecimento, talvez em nenhum outro momento de nossa história, demos uma demonstração de tanta ingenuidade, um tropeço tão grande e retrógrado. Em nenhum outro momento, assistimos à tanto que, para se combater um problema, deve-se atacar a consequência, e não a sua verdadeira causa. Talvez esse seja um passo que atrase a medicina durante um longo e sombrio tempo. É como se tivéssemos uma pedra ferindo e doendo no rim, e os médicos e órgãos de saúde pública fizessem uma campanha orientando a todos para tomarem analgésicos. Então, estaríamos literalmente remediados.
Ou quem sabe, se estivéssemos numa canoa com furos, ficaríamos tirando a água com um balde para ela não afundar.
Mas parece que certas verdades, se vierem à tona, escancaram os lucros da exploração animal e as cifras milionárias das multinacionais que fabricam as vacinas para se combater as consequências.
Vacinas essas, que se comparam a baldes para o povo tirar a água da canoa furada.
E a população, com sua parcela de culpa, que desconsidera o sofrimento dos animais e não está a fim de abrir mão de canibalizar sua “carninha” em detrimento de seu paladar. Continua alimentando essa indústria cruel e doentia e se deixando levar pela alienação e pela propaganda do medo e do consumo massivo bestificado.
Portanto, a gripe suína talvez seja mais humana.
Há 20 anos atrás, eu já havia encontrado a cura para a doença da vaca louca, da gripe aviária, da gripe suína e de tantos outros males que afetam a saúde e a mente humana.
Foi quando me tornei vegetariano...